terça-feira, 20 de janeiro de 2009

É...


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Então eu vi, com as pálpebras molhadas, grandes constelações que faziam pausar o tempo entre a imensidão das estrelas e a infinidade do universo.
Nessa altura, já tinha eu me prostrado diante do pó e visto que por mais forte que fosse, nada poderia fazer diante daquele mar de espelhos que me ofuscava a visão. Lá no fundo, eu sabia que em certo momento havia de ter evitado a coisa toda, todavia, mantive-me na minha incapacidade de querer ser bem mais do que eu posso ter.
Sobrava-me então a pintura de céus noturnos, onde a minha visão débil conseguia apenas oscilar entre a Ursa Maior e milhões astros.
E então tirava do bolso o livro que faltava a página do fim, na esperança de encontrar uma solução sensata.
Estive por meses a foleá-lo inutilmente.
Era apenas uma repetição qualquer.
Exausto e cego, percebi onde estava e quem esteve comigo desde o princípio da coisa toda, e me constrangi ao ver quão grande era o sentimento e quão alto ele estava. Mais lágrimas me vieram, e porfim caiu-me a venda dos olhos.
E então, recordações azuis e aromáticas ao meu agrado me pairavam sobre a cabeça. Tudo muito íntimo e muito intenso.
E naquele filme em câmera lenta, com o sol a aquecer-me o corpo, apalpei a areia húmida da chuva e parei o tempo.
E aquele momento era só meu.

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Li num sonho, comento pelo sonho