segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Ausência


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Repete-se o filme, e o pobre-diabo de camisa velha calçado em alparcas de couro de boi, com calças sujas de algodão gasto, enclausura-se na mesma ilusão doentia de fantasmas e de quimeras sem cauda. 
No seu coração habita o vazio, e em seu rosto, as marcas deixadas de um tempo inatingível dão-lhe um semblante miserável análogo a de um come-rato sem rumo. 
Em seu jardim nada restou além de esperanças esquecidas e de flores mortas e do dissabor de continuar vivo. 
Não lhe restou sequer um vagabundo sonho. 

1 comentário:

Li num sonho, comento pelo sonho