quarta-feira, 5 de maio de 2010

Outra Primavera.


Heart of Wax

Ia me tornar um homem, mas não podia.
Não quis ser mais um deles.
Preferi ser criança, mesmo que fosse só nos sonhos.
Porque Deus deu-me a vida, com gestos poderosos, mesmo que ao primeiro olhar parecesse displicente.
Sou o meu próprio inferno, e o meu próprio céu, e só existo neste equilíbrio.
Durante as minhas vidas vivi a ideia.
Sou a ideia sentada em frente à um espelho de ideias.
Num propósito infundado de contemplar o brilho da natureza, estendo-me sobre uma paisagem celestial.
Uma calmaria sem fim.
Nunca temi a morte e sim o silêncio.
Hoje ele é o meu refúgio.
O barulho que assusta o meu mundo vai-se embora agora,
e a minha existência subsiste.



domingo, 2 de maio de 2010