sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Azul Intemporal



Heart of Wax




Há o Tempo, e as coisas fora do Tempo,
e tudo o que é fora do Tempo
é do tempo próprio do seu
próprio tempo dentro

E um dia fomos a contar os dedos,
até parar os dedos de chegar,
e contar já ser som poema,
e pêndulo de horas delidas,
e aí fizemos a pausa espanto,
ó, zénites celestiais,
marulhados do engano!...

E sorrimos,
prisioneiros da roda própria,
d'o ingénuo contar
ser a forma mesma
do soar das coisas,

nós,
os estranhos,
os ausentes,
os visitantes transeuntes
do prodígio próprio,
muito alá do rolar do Tempo,
e estonteados de música miraculosa,
num vivido encanto,
e insuportável deriva estranha,
inscrita em forma extensa,
num rumor eterno,
de Eternidade

4 comentários:

Li num sonho, comento pelo sonho