terça-feira, 22 de março de 2011

Primavera



Heart of Wax


Em parques de giz, tons de pincel pasteis a adornar o desdém profundo, e, trazendo o horizonte rubro e febril em mãos pequenas, relembrando planetas onde dancei sobre o mar escuro, inflamado de um azul alaranjado.
Ectoplasmas brincando de se esconder do veneno outrora sangrado em punhais do inverno.
Eu com um saco de moedas, um livro no bolso do meu casaco desbaratado contemplando o sol a aquecer sementes mortas, amargas de miséria, e a jubilar na presença do Rei, porque chegou a primavera.
Cuspi então todos os insectos, me lancei na fenda da rocha.
Agora sou sua raiz.
Cubram-me com flores.


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Li num sonho, comento pelo sonho