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quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Exordium
sábado, 25 de outubro de 2008
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Prelúdio à morte de um guerreiro sem escudo
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E foi aqui que vim parar, nesse quarto sem janelas nem portas. Permaneço aqui, inerte, com minhas pupilas dilatadas, mal lendo esses meus livros inacabados, apenas com uma pequena fresta no telhado, com um único raio de sol, consigo ler palavra por palavra.
Ontem me embriaguei sozinho, como sempre. Graças ao Satanás (!) há bebida com fartura nessa casa. Digo que não houve o dia, logo, acredito que, um dia é frutífero para mim, ao passo que, eu consiga aprender qualquer coisa. Talvez ontem eu tenha desaprendido. Nem forças suficientes para colocar o meu cérebro para funcionar tive, ao contrário, canalizava toda a minha motricidade a cada ingerir da doce porção maligna.
Subitamente fui intrometido de uma grande insurreição. Tive repugnância do meu corpo e da minha própria pele, a minha saliva amarga era deglutida dolorosamente, antes disso, preferiria o vómito de uma vagabunda com tuberculose. Queria ceifar-me, entretanto, como já tentei antes, não passou como um mero pensamento, talvez uma visão do céu inatingível por enquanto.
Por vinte e dois anos, tenho arrastado esse corpo vadio de terra em terra. Talvez eu deve-se vendê-lo à algum sadomasoquista psicótico descompensado, assim eu teria prazer em ver cada dilaceração da minha carne, a destruição física de mim mesmo. E poder ouvir, não o sangue escorrer, mas, quebrar-se ao meu redor.
Nada além da desgraça que me rodeia, seria pior.
Anseio o fim.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Ponto.
"Uma noite, sentei a Beleza nos meus joelhos. - E vi que era amarga. - E injuriei-a."
Insípida despedida
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sábado, 18 de outubro de 2008
Bandinha do chaves em TTDTE cover
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Belezinha com vocês crianças?
Então, para relembrar velhos tempos de infância idiota e misturando com um pouco de Metal, fiz esse vídeo.
Pra quem tem curiosidade de ver como é o vídeo original, onde o Quico toca "A Dança das Horas de Tchaikovsky", vai aqui:
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Mon cabaret rouge.
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Onde estão os punhais de ódio? Aquelas mãos amigas lançam o coração dos tolos na fogueira e fazem arder como bruxas numa noite sem fim. Da cidade vazia, ouve-se gritos de desespero vindos das frias florestas que guardam este vilarejo.
A agonia nos apanha.
Um povo falido, com vidas destroçadas, mumificam os seus restos mortais nessa promessa desconhecida, reservada ao silêncio.
Sim, é trágico o exército de indigentes, que vinga essa multidão suja. Eles não conhecem a própria casa, apenas vivem como andarilhos, semeando discórdia e o amor vagabundo que sentem. É nisso em que se comprazem.
Não há aqui inocentes. As orgias alimentam cada alma vazia, entoam com vozes desentoadas, mórbidos cânticos ao senhor dos senhores. O mesmo que dizer: cada um venera o seu próprio eu. Terra de gente hipócrita e louca, comem toda essa refeição sem pensar no inverno que logo chega. São imundas e da sua fala, escuta-se algo semelhante aos latidos de cães sem dono.
Nunca houve verdade neles.
Eu nunca fui desta gente, mas entre o meio deles, vivi. Todavia, não sei se é essa a palavra, ideal. Creio que “protagonizei”, encaixa-se melhor nessa sentença. Nunca fui compreendido. Serei porventura poupado da ira de Deus?
Ó Senhor! Tende misericórdia dessa pobre alma que perece! Suplico pela tua atenção! Ouve o meu clamor!
Não é um deboche… Digo que sou apenas um ”come-ratos” de roupas velhas. Considero-me mais vagabunda que todas as putas de Sodoma e Gomorra em actos sexuais, ilícitos ao olhos do “começo e o fim”, juntas.
Sempre que me convém, obviamente.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Dissabor
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Malditas penas do inferno! Danados vinde até mim, e meu querido Satã contemple este sol que cega os meus olhos. Hoje transpiro sangue e respiro fumo negro. Tenho ódio nas minhas entranhas. Desejo a tua condenação. Porque insiste em me fazer sofrer?
És um ser desprezível, desprovido de sentimentos benévolos. Despertaste-me do sono da ira que eu jazia. Os campos floridos foram esmagados com os teus pés. Os meus sonhos, destroçados com a tua deteriorada realidade. O amor agora converte-se em fúria impetuosa. Nasceu do meu coração o desejo de vingança.
Quando tive sede não me deste da tua água. Não me alimentaste, nem cuidaste de mim.
Descompensei-me e não há regresso.
As minhas suposições em torno da minha própria loucura, tornam-se verídicas neste momento psicopata. Não faz qualquer sentido acreditar em qualquer palavra que seje proferida da tua nojenta boca. Suas palavras são como facas afiadas, e quando lançadas perfuram o meu coração, fazendo morrer toda a vida. É este o teu prazer? Ver-me subordinado a ti? Não sou uma marionete com quem brincas. Não me tomes por parvo, porque não o sou. Nem zombes da minha aparência.
Desaparece-te da minha frente, ó inconveniente infortúnio! Iludiste-me e fizeste-me de tolo todo esse tempo. Desperdicei a minha juventude e os bons sentimentos. Quão grande é o meu descontentamento. Em parte fui errado, porque acreditei. O homem não deve confiar sequer na própria sombra, tãopouco em outro homem.
Habito nesta casa de angústia por não ter construído um sólido refúgio. Encontro-me nú. Que fazer? Recolho com os meus pulsos cortados, cada pedaço de mim que ficou estilhaçado nesse chão sem fundo. Dispenso-te com desprezo. Inutilizo os teus planos e te dou um último beijo.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Complacentes actos de um amor falhado
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A quente alvorada, que anuncia o início dum ciclo infindável, as imensuráveis constelações, reflectem em pouco mais que uma alternância entre zero e um.
Outrora acreditava-se ser tudo muito real e aprazível, todavia têm-se tornado em ruínas a cada passo dado. Esvaece-se o puro sentimento primário, e ao lugar disso, transforma-se em algo meramente frio e conveniente. A monotonia e a falta de apego, separam a amada do seu noivo. Vivem hoje dias de lamentações, baseando-se em acontecimentos que nunca existiram.
No coração dela, canta-se música antiga e exala-se raros e sensíveis perfumes. Possui um beijo de amor, é carinhoso o seu afago. Do suave toque dos teus dedos, transmite-se serenidade. Cada gesto, cada sussurro, cada respirar sem fôlego, irradia-se a nobreza de um notório sentimento, que se é impossível exprimir com exactidão.
A alma dele é cinzenta e abatida como os velhos combatentes do tempo de Narmer. Sentia-se como os que vivem em caos, onde aquela falsa e mecânica paixão estaria prestes a rebentar num estrondoso e dolorido fumo.
Os céus se fecham e anunciam que as visões e as profecias cumprir-se-ão dentro de pouco tempo. Está em acção o tépido combate espiritual.
Nada tornará a ser como era dantes.
Como chegaram a isso?
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Episódios
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Cântico Nocturno.
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Aquelas máscaras de barro sujo que expressaram toda a essência da nobreza de corpos sem preço, partiram-se e aniquilaram essa comédia. Talvez não me tenham visto, logo os olhos estavam cegos por grossas escamas.
Já fui cristão. Hoje não. Agora as portas altas dos umbrais escuros estão abertas e tenho livre acesso. Vivo em impacientes dias, aguardando desta (miserável) vida, respostas. Enquanto isso, retalho o meu corpo e faço das cicatrizes uma pintura sedutora. Sou alvo fácil de ratoeiras gigantes e armadilhas. Envenenaram-me com o doce veneno para ratos e partira-me. Sinto-me como um cristal quebrado, que jamais se cola. Estou em luto e deixo aqui o meu memorial falho, num acto de auto-comiseração com odor a suaves ervas vestido num fato azul-cinzento.
O braço do mar e a multidão de fantasmas com vozes agudas, femininas e distorcidas, vulcanizaram o meu tormento, em meio aos jardins formais e entre belas gardénias. Oiço o sussurrar do vento, e com ele vem uma espécie de abismo carbonizado, com corpos putrefactos e na sua extremidade muito sangue coagulado.
E eu a chamá-lo.
Todas aquelas tardes de êxtase repletas de superstições, que a vida esboçou na areia, as ondas do mar desfizeram-nas em meros ínfimos grãos nada notórios. Esses corpos, esse tédio e esse amor celebram hoje sentimentos lassos.
Isso é uma prova do que sonhei, e aprecio agora, como escritor e poeta, e deixo aqui nessas odiosas folhas do meu caderno velho e rasgado esses relatos.
Quem vai agora me levar para brincar com os pássaros? Quem vai me enxugar as lágrimas e fazer cessar o meu pranto? Talvez a música, e os velhos poemas, e os rostos belos, e ainda o crepúsculo púrpura em dia frio de primavera. Sou muito sensível. Quero ouvir o som alastrando-se pela minh’alma e preenchendo todo o vazio que impera no meu consciente. Quero beber vinho e alegrar-me em espírito e acabar com esse desgosto idiota. Deixa-me que me embriague. Tragam-me absinto e “whiskey” velho, para que, mesmo que por pequenos instantes, eu consiga desfigurar os meus pensamentos.
Ai se me vingasse!
Com toda minha cólera, reclusa no calabouço do meu coração! E fizesse sofrer os escarnecedores, e os incrédulos de todas as espécies, fazendo com que se mordessem e deixassem-nos morrer entre o passar das quatro estações.
Ai de ti, saloio!
A graciosa glória de um artista desconhecido é como o vento da manhã, subtil. Hei-de ser retirado do poço para que eu veja todos os meus inimigos prostrados perante a mim, com o rosto no chão. Será um dia célebre.
As vossas mulheres, os vossos maridos e filhos, espantar-se-ão ao ver o seu próprio desprezo ser consumido pelo fogo. E isso me elevará! Pois sou egoísta e espinhoso de mais para arremeter qualquer puro olhar cativante. Vomite-me da tua boca ó Deus! Vomite-me porque sou morno e repugnante! Das duas extremidades da vida e dos meus dois hemisférios, do meu mais íntimo ser, entoo satânicos louvores.
Apenas ostento ruínas.
É mesmo assim… A vida inerte e desgastante. Por não me mover, sinto frio nos pés.
Esta paisagem imunda ao serviço da hipocrisia e da mais descarada mentira fala da morte, do fim. É agora apenas ver as chamas consumirem esses restos mortais que aqui jazem. Incrivelmente passou-se o tempo. E passou-se desapercebido… Entretanto, já penso ser demasiadamente tardio agir, sequer proferir qualquer palavra desagradável (como usual).
Ó meu demónio, vem e me possui! Me ilude com a sua magia e o seu romance violento! Assim poderei dizer adeus, e digo, porque já cessaram os aplausos, que pertenciam à outrora. Hoje, o amargo gosto do fel, será sentido por cada garganta sem sangue.
Os ilustres personagens desse império, nada mais são que o podre pó das sepulturas abertas, e que nada podem fazer, a não ser sentarem-se e encenar nesse filme mal dirigido.
A minha ingenuidade, está em dor. Com efeito, está a destruir tudo de novo. E logo virá o inverno, e com ele tempestades impetuosas, que, certamente, arrastarão tudo, principalmente, aquilo onde com os nossos esforços construímos.
Resta-me apenas o meu fantástico mundo, com as minhas ideias, e sempre sim, essa caneta sem tinta e frases tortas que aqui escrevo.
Foram essas, apenas, todas as minhas independentes tentativas.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Folhas secretas
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São nessas folhas secas de papel áspero, que tenho registado minhas memórias. Não sei o porque dessas escritas, logo, são frases sem rima que jamais vou usar. Nunca quis ir tão longe com isso. Eu lutei e resisti contra mim mesmo, mas quando se cria todo um imaginário repleto de detalhes coloridos, fica praticamente impossível desfazê-lo. Porquê não damos as mãos e fugimos por aí? Eu posso criar um plano perfeito, acredite.
Recuso-me a ser somente mais uma peça errada no meio dum “puzzle”. Ainda se eu fosse a peça final, que completasse a imagem e fizesse fazer sentido… Mas não, já não creio. Acredito em mim, e em trabalhar e em roubar. Toda a gente rouba, porque não eu?
Me diz porque não querer? Vamos marchar entre colinas e vales, com flechas e coroas com raros diamantes moldados no mais puro ouro, sobre nossas cabeças. Posso oferecer-lhe o meu escudo e a minha couraça que protege o meio peito.
sábado, 4 de outubro de 2008
Dor e Glória
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quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Flores ao fim deste Império.
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